domingo, 29 de setembro de 2013

Rui Moreira Henriques Serrano

O BARCO PASSOU E NÃO VOLTOU

Na linha do horizonte, vejo um barco a passar,
Vai para Sul, esqueceu-se de me levar,
Tenho saudades da maresia e do enjoo,
Das ondas e das gaivotas no seu voo.

Perde-se o barco na curvatura do oceano,
Perco-me eu nas recordações de antanho,
Sensação d'atravessar a linha do Equador,
P'ra chegar à minha terra, meu esplendor.

Desencadeia-se forte tempestade marítima,
O barco estremece e ameaça naufragar,
Passageiros e tripulantes ficam a rezar,
A viagem torna-se trágica e perigosíssima.

O barco chegou ao destino, tão longe de mim,
Que deixei de o ver p'ra sempre, e nele viajar,
Privilegio dos que podem a passagem pagar,
Fiquei à espera d'ainda poder ter outro fim.

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