domingo, 29 de setembro de 2013

Francisco Settineri

A Morte do Poeta

Surgido em ti qual flor que me depara
Com tintas decididas do poente
O espectro então penetra o calmo dente
e livra do teu dorso aquela escara!

Alenta-se na mente o que lembrara
O encontro em destemor que esteve à frente
E o gesto que se foi e está dormente
Espalha a doce imagem que foi cara...

Na face a dor que mansa nos ensina
O fato de existir, raro portento
Da terra cuja espera já termina

Afasta da feição o parco augúrio:
No enlevo de abraçar que é firme e lento,
Da vida o ardor que acaba num murmúrio...

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