sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Margarida Cimbolini

DESERTO

o cheiro da areia quente e mole
os grãos minúsculos e finos
voando no ar
as sombras de nada
como espelhos de água
,,vazios
a secura da pele das mãos dos pés
a boca seca aguardando maior secura
os olhos abertos semicerrando-se
e ainda assim querendo ver
o zero o zero de tudo mas não redondo
quadrado horizontal imenso e duro
o vazio cheio da alma
o medo de a perder numa duna
de a encontrar num ressalto
o ser movendo-se num salto
áspero e dolente moldando-se na mente
o deserto é como a vida
vem e vai-se num repente

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