domingo, 30 de junho de 2013

Helena Martins

Quão belo é o pôr-do-sol, meu amor, fogo do amar a nosso olhar,
Quão divino, quão verdadeiro, quão pulcro que nos eleva a alma,
Numa quietude que nos encanta, que nos espanta de fascínio,
Incendiando a corrente que amarra nossos corpos um ao outro.

Quão enlevo, quão nobre, quão gentil, vindo nosso amar brindar,
Num afogueado, brasio de elevados sentimentos que nos leva
Ao mais infinito, ao âmago mais profundo do ser, à essência
Do verdadeiro amor, aquele que se concebe no outro mundo.

Quão lindo, quão radiante, quão fascinante …, meu amor,
Mas …, fugiu de repente e num ápice deixou-nos ardentes
Em frenesi, um bater de asas de borboletas dentro de nós,
A alma desceu dos céus e penetrou inteira em nossos corpos.
E, por instantes, quedámos no silêncio tragando a nossa voz.

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