quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013









RAIO X DA ALMA MINHA

Sou maré feita de lua, ora alta, ora baixa, ora onda que se encaixa
no vão da areia de um sublime renascer.
Sou o vão também. E areia. Vão do querer, o espaço entre o desejo e o beijo,
areia do tempo, corrente entre águas, despejando momentos.
Sou o transbordar da paixão nesse mar que revolto
espalho mistérios, a música que o silêncio canta e encanta,
a melodia da maresia, dançada pelos ventos, em noites de luar.
Sou os contos de fadas, os ditos transcritos, o que puxa para o fundo
e eclode em vida, sou a certeza e a dúvida, a destreza no lutar.

Sou teus olhos querendo brilhar, o deitar e o levantar, 
teu encontro com a paz, teu desvendar e em desejos derramar,
Sou a barreira do medo, que transformo em brinquedo ou em canção de ninar.
E afasto de mim o pavor, o torpor, pois sou…

Sou cartas em garrafas, a ti destinadas, jurando que chegarão,
como um raio de sol em meio à escuridão, guiando meu chão, pelo sim, pelo não.
Sou dia, em luz acesa e calor, sou noite, em espera, refletindo luzeiros,
coletando estrelas e com elas brilhando.Sou as belas asas da libertação,
sou segredo aberto ao coração, o desvelo ao início de mim, sou zelo.
Sou procura, a tua, que nessas marés se mistura, e ainda vem e vai.

Mas sou ainda mais. Sou o que busco ser. Sou encontro, mesmo que por acontecer, sou abraço, carícia, euforia, emoção.Sou descoberta, sem negação, maremoto e furacão, por ti sou explosão e aventura, sou a dor e a mesma que cura.
Sou fera, sou mansa, sou dócil, sou criança.
Sou a esperança do enfim, sou a entrega de mim, a um sentimento que é.
Sou verdadeira, escorro inteira, qual cachoeira nos penhascos onde me encontro,
e sou eu em você. Sou tudo, enquanto puder amar.
O eternizar. Porque o amor nos faz ser. Mesmo sem querer.

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