quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013






Teresa Almeida
Levarei o xaile negro

dos ombros da minha mãe
vou pedir-lho emprestado
abrilhantar a tertúlia poética
desfiar franjas de saudade
e memórias que desfalecem
nos xailes da mocidade

Levarei a ternura embrulhada
no xaile da minha mãe
quando as guitarras gemerem
quero aquecer-me em poesia
e em pedaços de carinho
que o xaile negro tem

A magia do teu olhar azul
levarei no meu gravado
porque esta noite, minha mãe
é por amor que se canta o fado
e o beijo que hoje me deste
e o teu meigo rosto molhado
no xaile negro levarei

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