sexta-feira, 28 de setembro de 2012

“ CALÇADA PORTUGUESA “

Este cinzel aceso
Este maço certeiro
Este lavrar suado
Este plantar antigo
Este esculpir dorido
De memórias vividas
Geometria implantada
No caos dos passeios
Estes cubos alados
Estas naus estes nós
Esta Rosa dos Ventos
Este leme cinzento
Esta História empedrada
Tem a cor das almas
Brancas e pretas
Pedras de um Xadrez
E as mão gravadas
De quem as fez.

Mas perde-se a hora
E os calcários da esperança
E nem nos lembramos
Que já fomos crianças
E por aí saltámos
Ao pé coxinho
De uma alma para a outra
Esquecemos pelo caminho
O calcetar da mente
O reinventar da esperança
Com conquistas presentes na lembrança
E assim perdemos de vista o monumento
Pisamos os nossos próprios traços
E só desbravamos caminhos tortos
Em vez de nos reconhecermos
Uns nos outros.

Carlos A.N. Rodrigues



Nenhum comentário:

Postar um comentário