terça-feira, 31 de julho de 2012

ANOITECER À BEIRA-MAR
(JBMI)

Quando fogem os olhos
de encontro a marés decepadas
é prenúncio da noite.

Tomando a espumosa ola
no sacudir tenebroso do areal
sou irmão perdido do vento.

A conta de dedos frios em riste
é aritmética de náufrago à tona
(E gemeu já a última gaivota).

Flutuo com a derradeira trave
espelho da alma a hibernar
desatavio de algas ensarilhadas.

Quem me traz o sal
que tanto mar não tem
e tamanha noite não prova?

Talvez o calor do farol relapso
e a corda de salvação
atada ao longe no ocaso...

31 de Julho de 2012

José Brites Marques Inácio

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