sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Os Nossos Poetas

 
Dor em canto

Canto...
Lá lá lá ia,
esta dor que dói
demais em mim.

Este tormento
deita e rola,
sufoco em meu peito
faz chorar meu coração.

Me acolhe por favor
deste tormento,
meu amor
de um triste fim.

Em verso e prosa
lamento em sentimento,
quero a rosa primorosa
deste seu jardim.

Suave flor
resgate a dor,
liberta essa sensação
de desamor.

Sublime emblema
este poema
é um socorro
a meu pesar.

Rosiane Ceolin-24/02/12­ ­


INESPERADAMENTE…(REP)

…decidi-me a convidar-te, quando ao pegares minha mão,
te senti o calor dos dedos agarrar-me o coração.
…vamos, amor?
Mas não me olhes assim!
…fazes despertar em mim o pecado, que me respira no olhar…
…e acordas, por momentos, a minha audácia contida
no sangue do meu vibrar…
.e flutuo no ar que respiras, deitada em teus poros.
.cicias ao meu ouvido um céu, que me acaricia.
Oiço o sol a fervilhar, numa brisa que resvala,
ao som do nosso brilhar…
Sinto-te tremer, com ânsia de correr
para o fogo incandescente, onde nos vamos queimar.

Cobre-nos a Lua, escondida atrás das nuvens…
Mas o agitado mar brada, ao som do nosso mergulhar
em poços profundos de águas de outro mundo,
que se querem libertar…

Mas eu juro que não quero ser livre, assim…
Quero que vivas em mim!
Que acaricies meu corpo nas ondas do teu prazer…
Que apertes meus lábios nos braços do teu viver…
Que loucura é este ser no pecado de te ter!
Embrulho-me no teu peito…
Encolho-me no teu ventre…
Vibro o TUDO que se sente, quando se ama de morrer…

(Sonho acordada…
Assim, estou consciente do que uma mulher sente
no arder do seu amor…)

Flor de Luar, sinto-me tonta, a boiar,
no mar das delícias tuas…
E vejo pérolas cinzentas sair de nuvens pardentas…
Logo,
descubro conchas do mar a tecer na areia
um poço de amor salgado,
uma teia delicada, onde me escondo,
enfeitiçada…

VENS, AMOR?

Marilisa Ribeiro



Escrevo-te
Porque não te sei calar em mim.
Se ao menos eu te respirasse
Mais do que o que te penso…
Escrevo-te
Porque a vida contigo
Sabe a chocolate quente com canela.

Escrevo-te
Porque serás uma lágrima eterna que me veste
Porque esta maldição nem me deixa lutar por ti

Vem, alma veemente,
Vem, não porque te prometo vida
Mas porque também queres!
Vem, antes que me escapes das mãos
Onde nunca estiveste…­


­ Sonia Pinto


Em teu corpo abarquei…
O meu corpo sem vela…
Em teu corpo me espraiei…
Como pintura sem tela…

Em teu corpo me perco…
Em teu corpo me prendo
Em teu corpo eu desato…
O meu adoçado lamento…

Nesse encanto me perdi
Rumo, ao infinito desconhecido
E, do teu corpo eu fiz,
O meu secreto, porto de abrigo.

Em teu corpo reluzia…
O meu, como estrela candente…
Queimando desejos e fantasias
Que dele brotam iminentes

Em gesto brandos te sonhei…
Em cantigas, que não cantarei 
Em cantos, de puro espanto…
Que adornam meu precioso manto.

Mel Almeida­ ­



CANÇÃO DO AMOR SEM MEDO

Escrevo todos os meus planos na areia
Mas o vento aprimora as suas danças
Varrendo letras, traços e lembranças
Levando a luz, que meu amor clareia

Pois meu coração, teu coração anseia
E eu refaço a contragosto as andanças
Renovo sempre minha fé nas esperanças
Na alegria que em mim vibra, passeia

Pois se o destino, artimanhas trança
E as nossas vidas se propõem em aliança
No que eu te falo, eu só peço... Creia!

O tempo passa e nos acena uma mudança
Nosso caminho, um novo destino alcança
Na plenitude de quem ama e não receia...­


Ana Barreto


Obsessão pela Natureza

Canto a natureza e não canso de clamar.
Se fosse só sua beleza, ainda assim,
Viveria a enamora-la, decanta-la...
Mas, minha poesia tem um quê de
Amargura, um gosto de saudade...
É que esse meu mundo irreal,
Em profusão de verdes e vidas
Está sendo, pouco a pouco, desmoronado...
E em seu lugar um mundo desencantado.
E para o meu maior desespero,
Tudo pela força do dinheiro
E do egocentrismo ou egoísmo
Do homem desumano, materialista...
Ó poderosos! Façam vista-grossa!
Equilibrem suas finanças,
Apliquem e acumulem o capital,
Erijam montanhas de ouro e
Cavem o poço cada vez mais profundo
Entre ricos e pobres deste mundo!
Ó Bajuladores, aplaudam o sucesso
Desses “eficientes”! Saciem sua sede ilimitada!
Comprem, consumam, deem seu aval
Às suas megaconstruções! Eles não
São os tais? São seus ídolos? Os imortais?
Depois da farra, a ressaca...
O arrependimento... O estrago estará feito...
A natureza definha, e as catástrofes naturais
Se fortalecem. Até quando vamos suportar?
Vamos mesmo explodir nosso Paraíso?
Pense bem, mude o rumo do fim que está
Previsto e por eu tanto insistir como insisto!


Paulo Paixão



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